8 de fevereiro de 2016

"Ich hab" ou "Ich habe"? - Conjugação no Presente

Ontem um leitor me perguntou a diferença entre Ich hab e Ich habe. Aqui está a resposta:

A diferença está no registro: informal/formal - oral/escrito.

Na oralidade, é muito comum eliminar a terminação da primeira pessoa do singular do presente (-e), até mesmo em situações formais onde se está falando mais livremente.

holen: ich hole - ich hol 
fühlen: ich fühle - ich fühl
haben: ich habe - ich hab 

Na escrita essa perda da terminação pode ou não ser representada através do apóstrofo. O apóstrofo não é obrigatório. Nas fotos abaixo há exemplos de cartazes com apóstrofo representando a perda da terminação.

O uso do apóstrofo neste caso é opcional. 


Resumindo: na fala cotidiana você sempre pode eliminar a terminação da 1ª Pessoa do Singular. É o mais comum. Em outras palavras: se estiver conversando com um amigo em alemão, o -e da primeira pessoa quase nunca é ouvido.

Ex.: Gestern hab ich etwas Neues gelernt. 

Na escrita você pode também eliminar a terminação -e em situações informais: SMS, Whatsapp, Facebook etc. O uso do apóstrofo é opcional (na verdade, o Duden até recomenda deixar sem o apóstrofo - ler o ponto 3 da regra 13 aqui)

Na escrita formal (ou seja, em trabalhos científicos, e-mails formais, artigos, prova de alemão etc.) não elimine a terminação -e. Quando fizer um discurso lido ou numa conversa formal (entrevista de emprego, defesa de dissertação/tese etc.) tente usar a linguagem padrão sempre. E a linguagem padrão só aceita a forma "Ich habe". 

1 de fevereiro de 2016

Como se diz 'ano bissexto' em alemão?


2016 é um ano bissexto, ou seja, tem 366 dias e fevereiro tem 29 dias. Isto só acontece de 4 em 4 anos. Em alemão o ano bissexto é chamado de (das) Schaltjahr. O dia 29 de fevereiro é chamado de Schalttag. Este nome tem origem no verbo (ein)schalten.  Este verbo tem dois significados: um deles é "ligar" (um aparelho). O outro é "interpor, intercalar, entremear" (de acordo com o Dudeneinfügen, dazwischenschieben). E é este segundo significado que dá nome ao ano bissexto - o dia extra do ano é intercalado, colocado no meio do ano. 

O próximo Schaltjahr será 2020.  

Por curiosidade: o nome bissexto não tem a ver com os dois 6 de 366.
"O ano bissexto teve início no Egito em 238 a.C. Em 45 a.C. Entretanto, foi o imperador romano Júlio César quem trouxe a idéia do ano bissexto para o ocidente.
No antigo calendário romano, os dias recebiam nomes com base no ciclo lunar e um mês dividia-se em três seções separadas por três dias fixos: Calendas (lua nova), Nonas (quarto-crescente) e Idos (lua cheia). Os dias eram designados por números ordinais contados em ordem retrógrada em relação ao dia fixo subsequente, algo semelhante ao costume que temos em dizer um horário de 16:45 como sendo “15 para as 5”.
Desta forma o dia 3 de fevereiro, por exemplo, chamava-se “antediem III Nonas Februarii”, ou seja “três dias antes da Nona de Fevereiro” e o dia 24 de fevereiro chamava-se “antediem VI Calendas Martii” ou “antediem sextum Calendas Martii”, ou seja “sexto dia antes da Calendas de Março”.
O imperador romano Julio César ao fazer a introdução de mais um dia no ano, optou pelo o mês de fevereiro, e dentro deste mês escolheu por duplicar o dia 24, chamando-o de “antediem bis-sextum Calendas Martii” (De novo o sexto dia antes das Calendas de Março), surge então o nome “bissexto”, que passou a designar o ano que tivesse este dia suplementar.
Júlio César escolheu o mês de fevereiro para adicionar um dia porque, além de ser o mês mais curto do ano, com 28 dias, também era  último mês do ano entre os romanos, e que por eles era considerado como um mês egativo. Desta forma a escolha por duplicar o dia 24, em vez de ser introduzido o novo dia 29 (como atualmente fazemos) se deu por motivos supersticiosos". (Retirado de Só Geografia)