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16 de outubro de 2014

Gehört? Acusativo ou Dativo?

Egal ob drinnen oder draußen: Abfall gehört in die Tonne!
Olá! Vi essa mensagem em uma lixeira aqui em Berlim e fiquei na dúvida do porquê foi usado o acusativo ao invés do dativo. Se puder esclarecer, agradeceria imensamente!! Muito Obrigada  Abraços! Claudia Bach

Vamos lá: existem dois verbos hören (ouvir) e gehören (pertencer; fazer parte). Ambos têm o particípio gehört.


Já falei sobre eles no tópico sobre o pronome QUEM (clique aqui). Vou aqui reproduzir o texto (mas a resposta à sua pergunta vem logo depois):
Não devemos confundir gehören (pertencer; fazer parte) com o verbo hören (ouvir). Apesar de terem um particípio idêntico gehört, o verbo "gehören" é um verbo normal que pode ser conjugado no presente ich gehöre, du gehörst, er gehört etc.(...)

O verbo gehören tem dois significados mais comuns:

Se for usado com a preposição ZU (+dativo) ele significa "fazer parte", "ser parte".

Er gehört zu einer Kirche. - Ele faz parte de uma igreja.
Viele Länder gehören zu Europa. - Muitos países fazem parte da Europa.

Existe até uma expressão que diz: "Es gehört dazu" ou "Das gehört dazu", que quer dizer "São ossos do ofício", ou foi eternizado pelo Cléber Bam-Bam como "Faz parte" :-)

Se for usado sem a preposição ZU, apenas com o dativo, ele quer dizer "pertencer".

Dieses Buch gehört mir. - Este livro me pertence.
Diese CD gehört meinem Chef. Este CD pertence ao meu chefe.

Es gehört dazu - Faz parte
Se eu quisesse perguntar: "A quem pertence este CD?".... atentem para a pergunta "A quem?". Como a pessoa a quem algo pertence é usada no dativo com o verbo "gehören", em alemão teremos que dizer "Wem?" (A quem?).  "Wem gehört diese CD?" É claro que no Brasil não é muito comum ouvirmos "A quem pertence este CD?". O mais comum é ouvirmor "De quem é este CD?". 

Bem... agora vamos à sua pergunta.
Nos dois casos citados acima, o verbo gehören é usado com o dativo (um Dativobjekt sem preposição e um Präpositionalobjekt com a preposição ZU, que exige sempre o dativo).


Mas há um terceiro significado de gehören. Ele é usado com complementos de direção. 

Imaginemos a seguinte situação. Você acabou de se mudar e está tirando várias coisas das caixas de mudanças. Um amigo seu, que veio ajudar, pega uma almofada e pergunta "Onde eu devo colocar essa almofada?" (em outras palavras: "Essa almofada deve ir pra onde?"). O verbo gehören nesse caso assume um significado de que algo deve ir pra algum lugar.

A pergunta nesse caso é feita com Wohin? 

Die Tassen gehören in die Küche, aber wohin gehört das Kissen? 
As xícaras vão pra cozinha, mas onde ponho essa almofada?

Se você pegar o significado inicial de "pertencer" e "fazer parte", a ideia que o verbo gehören passa é que cada coisa deve ir para o "seu lugar", o lugar do qual faz parte. Sempre há uma ideia de deslocamento, de que algo será colocado em seu devido lugar. Por isso o uso do acusativo (Wohin?)

A frase contida na lixeira diz: Abfall gehört in die Tonne. - Lugar de lixo é na lixeira.

Espero que tenha ficado claro.

Um abração, Claudia

10 de outubro de 2014

Orações Relativas II - Acusativo

Este é o terceiro tópico sobre Orações Relativas. Seria melhor ler os tópicos na ordem:
Introdução aos Pronomes Relativos - Clique aqui
Parte I - Pronomes Relativos no Nominativo - Clique aqui
Parte III - Pronomes Relativos no Dativo  - Clique aqui.
Parte IV - Pronomes Relativos no Genitivo - Clique aqui.

Hoje vamos falar sobre Orações Relativas com os Pronomes Relativos no Acusativo.


Partindo do princípio de que você já tenha lido a parte I sobre os pronomes relativos no nominativo, vai ser mais fácil explicar a lógica da coisa.

Assim como no nominativo, os pronomes relativos no acusativo têm forma idêntica aos artigos definidos. A única diferença entre o nominativo e o acusativo está no gênero masculino singular ("der" vira "den").

A regra é a mesma: O gênero (masculino, feminino ou neutro) e o número (singular ou plural) quem dá é o substantivo que vem ANTES da vírgula. O caso (nominativo, acusativo, dativo ou genitivo) é dado pela função que o pronome assume na oração. Para isso precisamos revisar que funções o acusativo pode assumir em alemão:

O acusativo é usado (entre outras coisas) para marcar:
1) complemento verbal sem preposição - (chamado em alemão de Akkusativergänzung ou Akkusativobjekt). Por exemplo, na maioria dos casos equivalente ao famoso objetivo direto.

Sie liebt ihren Freund. - Ela ama o seu namorado.

2) complemento verbal preposicionado - (chamado em alemão de Präpositionalergänzung). Com preposições que regem o acusativo. Você pode ler mais sobre isso aqui.

Sie interessiert sich für diesen Film. - Ela se interessa por este filme.

3) complemento direcional - com preposições que podem ser usadas com o dativo e o acusativo, o acusativo é usado para indicar o destino final de um deslocamento. Você pode ler mais sobre isso aqui.

Wir fahren an den Strand. - Nós vamos para a praia.

Estes são os casos principais que indicariam o uso do caso acusativo. Agora vamos para as orações relativas. Vou tentar dar exemplos simples mais uma vez.

Hier ist der Mann, den Anna liebt. 

Regra: O gênero e o número são dados pelo substantivo antes da vírgula. Portanto o pronome relativo será masculino singular (por causa de "der Mann"). Vamos agora tentar descobrir o caso. "A Anna (sujeito) ama quem?". Ela ama o homem. Neste caso, "o homem" assume a função de objeto do verbo "lieben", por isso, acusativo. A tradução da frase seria: "Aqui está o homem que a Anna ama".

Agora imagemos que, na verdade, é o homem que ama a Anna, não o contrário. Suponhamos que a frase fosse "Aqui está o homem que ama a Anna". Neste caso, o homem não seria mais o objeto do verbo "amar", mas sim o sujeito. O sujeito em alemão é posto no caso Nominativo. Por isso, o pronome seria "der".

Hier ist der Mann, der Anna liebt. - Aqui está o homem que ama a Anna.

Reparem que em português nós não temos casos nominativo e acusativo, mas a ordem das palavras muda. Compare mais uma vez as duas orações:
Aqui está o homem que a Anna ama. - Hier ist der Mann, den Anna liebt.
Aqui está o homem que ama a Anna. - Hier ist der Mann, der Anna liebt.

Parece difícil, mas de fato, a única diferença está no gênero masculino. O feminino, o neutro e o plural são iguais ao nominativo.

Esta é a mulher que eu amo. - Das ist die Frau, die ich liebe.

Orações Relativas com Preposição no Acusativo
Quando um verbo exigir um complemento preposicionado ou um complemento direcional, a preposição é que determinará o caso a se seguir. Há preposições que exigem SEMPRE o acusativo (como ohne, für etc.), outras que exigem SEMPRE o dativo (como zu, mit etc.) e outras que podem exigir o acusativo OU o dativo (como in, an, auf etc.). No caso dos complementos direcionais, caso a preposição esteja entre aquelas que aparecem tanto com o acusativo quanto com o dativo, usa-se o acusativo.

A regra é a mesma das orações sem preposição, só com UMA ressalva: a preposição aparece ANTES do pronome relativo.

Digamos que alguém te perguntasse: "Für welchen Film interessierst du dich?" (Você se interessa por qual filme?) e você quisesse responder apontando para um DVD "Este é o filme pelo qual eu me interesso". Neste caso você teria que dizer:

"Das ist der Film, für den ich mich interessiere"

Vamos lá passo a passo:
1) O substantivo antes da vírgula é "der Film" - masculino, singular. O caso (nominativo) não importa, pois antes da vírgula apenas o gênero e o número influenciam o pronome relativo.
2) Na oração relativa o verbo conjugado deve aparece SEMPRE no final. É por isso que interessiere aparece como a última palavra.
3) A preposição für é usada só com o acusativo. A preposição aparece SEMPRE ANTES do pronome relativo.
4) Pronto: agora é só usar o pronome do gênero masculino singular no acusativo: DEN! Bingo!

Vou dar um exemplo agora com complemento direcional.
Digamos que você leve um amigo seu alemão de carro para a sua praia favorita no Brasil. No caminho você mostra a praia no mapa e diz: "Pronto! Ali é a praia para a qual nós estamos indo agora". Neste caso temos um complemento direcional. A praia, no caso, é o destino final do deslocamento. Existem duas preposições que você poderá usar para dizer "para a praia": AN e ZU. A preposição "ZU" é usada sempre com o dativo, não importa se é deslocamento ou não. Já a preposição AN é usada com o acusativo quando for um deslocamento. Como eu vou tratar do dativo no próximo tópico, vamos usar "AN".

Pronto! - So!
Da ist der Strand, an den wir jetzt fahren. 
Vamos lá passo a passo:
1) O substantivo antes da vírgula é "der Strand" - masculino, singular. O caso (nominativo) não importa, pois antes da vírgula apenas o gênero e o número influenciam o pronome relativo.
2) Na oração relativa o verbo conjugado deve aparece SEMPRE no final. É por isso que fahren aparece como a última palavra.
3) A preposição an é usada neste caso com o acusativo. A preposição aparece SEMPRE ANTES do pronome relativo.
4) Pronto: agora é só usar o pronome do gênero masculino singular no acusativo: DEN! Bingo!

Deu pra entender agora? :-)
No caso dos complementos direcionais, é possível também usar o "wohin" como pronome relativo. Assim fica bem mais fácil :-)
Das ist der Strand, wohin wir jetzt fahren. 

Com essas dicas acho que já dá pra treinar orações no acusativo. Tentem traduzir essas frases para o alemão.

Este é o filme de que eu não gostei. (Use o verbo mögen. Ponto extra para quem traduzir também usando o verbo gefallen)
Ali estão as garotas que eu vi ontem na festa.
Eu sempre compro os livros que você lê.

8 de outubro de 2014

Orações Relativas I - Nominativo

Este é o segundo tópico sobre Orações Relativas.

A primeira parte você tem que ler antes de ler esse tópico. Se não leu, clique aqui e volte para este tópico depois da leitura.
E este é o primeiro de uma série de tópicos explicando o uso dos pronomes relativos em cada caso do alemão.

Parte II - Pronomes Relativos no Acusativo, clique aqui.
Parte III - Pronomes Relativos no Dativo, clique aqui.
Parte IV - Pronomes Relativos no Genitivo, clique aqui.

Hoje vamos falar sobre Orações Relativas com os Pronomes Relativos no Nominativo. 



Como vocês percebem pela tabela acima, os pronomes relativos têm a mesma forma dos artigos definidos. Mas, por favor, não confunda os dois. Artigo se usa acompanhando um substantivo "der Mann". O pronome relativo se usa iniciando uma oração relativa. As orações relativas sempre são separadas por vírgula (às vezes por outro sinal de pontuação!) e o verbo conjugado sempre aparece no final da frase.


Há uma regra básica (dividida em três passos) que se aplica para todos os pronomes relativos em qualquer caso.
1) Os pronomes relativos variam em gênero (masculino, feminino, neutro), número (singular, plural) e caso (nominativo, acusativo, dativo e genitivo).
2) O gênero e o número se baseiam no substantivo a que se refere (ou seja, o gênero e o número você retira do que estiver ANTES da vírgula).
3) O caso se baseia na função do pronome dentro da oração relativa (ou seja, o caso você deve descobrir depois da vírgula, entre as vírgulas, ou entre a vírgula e a próxima pontuação).

Vou dar exemplos bem simples para começar:
Hier ist der Mann, _____ hier arbeitet.
Aqui está o homem que trabalha aqui.
Hier ist die Frau, ______ hier wohnt. 
Aqui está a mulher que mora aqui.
Hier ist das Kind, ______ Englisch lernt. 
Aqui está a criança que estuda inglês.

Preste atenção nas três frases anteriores. Agora pense na regrinha anterior:
GÊNERO, NÚMERO e CASO.

O gênero e o número você procura em algum substantivo ANTES da vírgula (eu marquei o artigo de vermelho). Quase sempre o substantivo que você procura estará coladinho com a vírgula. 
Hier ist der Mann, _____ hier arbeitet. - Nesse caso o substantivo "Mann" é do gênero masculino e (número) singular.  Então já sabemos que o pronome relativo que se refere ao substantivo "Mann" também terá que ser masculino e singular

Para definir em que caso (nominativo, acusativo, dativo ou genitivo) o pronome estará, temos que olhar para o que vem DEPOIS da vírgula. 

Neste caso a frase depois da vírgula em português é "que trabalha aqui" (ou seja, "O homem" [mencionado antes da vírgula] "trabalha aqui).
Como nós sabemos, o nominativo é o caso do sujeito e do predicativo do sujeito das orações. Quem trabalha aqui? O homem. Ele então é o sujeito dessa frase. Por isso o caso será NOMINATIVO.

Hier ist der Mann, der hier arbeitet.

Seguindo essa mesma lógica, fica fácil fazer os outros exemplos:
Hier ist die Frau, die hier wohnt. (A mulher mora aqui - sujeito. Por isso, nominativo)
Hier ist das Kind, das Englisch lernt. (A criança estuda inglês - sujeito. Por isso, nominativo)

Se é tão simples assim, qual o perigo que há de errar?
Bem, o grande perigo consiste na confusão por causa dos casos que vêm antes e depois da vírgula.

Preste atenção aos exemplos seguintes:
Ich kenne den Mann, _____ hier wohnt. 
Eu conheço o homem que mora aqui.
Ich arbeite mit der Frau, _____ hier wohnt.
Eu trabalho com a mulher que mora aqui.

Muita gente colocaria no primeiro exemplo o pronome relativo "DEN", baseando-se na primeira frase, assim: Ich kenne den Mann, den hier wohnt. Mas isso está errado. Lembre-se da regrinha: o gênero e o número você procura antes da vírgula. Mas não o caso. O caso está depois da vírgula, dentro da própria oração relativa.

- "den Mann", está no acusativo, masculino, singular. A única coisa que nós pegamos antes da vírgula é o GÊNERO e o NÚMERO, não o caso. Ou seja, o pronome deve ser "masculino e singular".
- para descobrir o caso temos que ler a oração relativa "que mora aqui". Nesse caso, "o homem mora aqui". Ele é o sujeito. Por isso, NOMINATIVO. A frase correta seria: Ich kenne den Mann, der hier wohnt. 

O mesmo vale para o segundo exemplo. Ich arbeite mit der Frau, _____ hier wohnt.
Apesar de "der Frau" estar no caso dativo, o caso não se pega do que vem antes da vírgula. A função do pronome "que" na frase "que mora aqui" é de sujeito. Caso nominativo. Por isso, a frase ficaria assim: Ich arbeite mit der Frau, die hier wohnt.

Repetindo a regra: Gênero e número se buscam ANTES da vírgula. O caso DEPOIS da vírgula.

Como usar essas orações na vida prática?
Como gostaria de praticar hoje APENAS as orações no nominativo, o ideal seria descrever coisas que pessoas fazem ou fizeram. Se você tiver um nível bom, poderá também fazer frases no passado. É só lembrar de colocar os verbos conjugados lááááááá no fim da oração.

Pense numa pessoa famosa e tente imaginar algumas coisas que esta pessoa fez ou algumas características desta pessoa. Por exemplo... vou descrever aqui uma pessoa:

Sie ist eine Frau, die 51 Jahre alt ist
Sie ist eine Frau, die blond ist.
Sie ist eine TV-Moderatorin, die in Brasilien, Argentinien, Spanien und in den USA gearbeitet hat.
Sie ist die Frau, die "Ilariê" und "Tindolelê" singt.
Wer ist sie?

Sabe quem é? :-) É a XUXA, claro. É uma mulher QUE tem 51 anos, QUE é loira, QUE trabalhou no Brasil, na Argentina etc e QUE canta Ilariê. Em todos estes exemplos o pronome QUE exercia a função de sujeito da oração relativa, às vezes como sujeito de uma ação (cantar Ilariê) ou apenas de uma característica da pessoa (ser loira). Dá pra entender como se aplica isso na vida real?
Então jogue com seus amigos... descrevam pessoas famosas e vejam se eles adivinham quem é :-) Tentem dizer frases como "É o cientista QUE inventou ..." ... "QUE ganhou o prêmio..." ou "É um cantor QUE é casado com ... " ... "QUE canta a música X"..

Outras situações da vida real onde você usaria orações relativas (tente traduzi-las para o alemão)
Eu adoro esse ator QUE faz o papel de Wolverine.
Você viu o dicionário QUE estava aqui na mesa?
Você gosta desses doces QUE têm sabor de hortelã?

Mãos à obra! O tópico sobre o acusativo virá em breve.

1 de outubro de 2014

Der, die, das ou DASS? Eis a questão

Eu me lembro muito bem das minhas aulas de português dos tempos da escola. Nas escolas onde eu estudei, a aula de português se resumia praticamente ao estudo da Gramática Normativa. Às vezes nós líamos alguma obra literária (ou livro paradidático), que também caía na prova. Mas o mais importante da prova era saber fazer uma análise sintática, saber conjugar um verbo irregular na Segunda Pessoa do Plural do Pretérito Mais-Que-Perfeito do Indicativo ou saber classificar uma oração como Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta Reduzida de Infinitivo. Quem soubesse dizer esses nomes gigantescos era porque "sabia português". Dentre as coisas das quais nunca me esqueço das aulas de português eram as das "funções do SE" e "funções do QUE", onde os alunos eram forçados a dizer se um "se" era "uma partícula expletiva ou de realce" ou "índice de indeterminação do sujeito".. entre outras coisas. A pergunta que me faço agora é... você se lembra ainda de todas as funções do "que" em português? :-) Tenho certeza de que para a grande maioria a resposta vai ser "não".

Por isso, gostaria de focar este tópico em apenas DUAS funções do "que".
1) Conjunção Integrante
2) Pronome Relativo

Conjunção Integrante
O que a gramática normativa brasileira chama de "conjunção integrante" é uma "conjunção subordinativa", ou seja, ela inicia orações subordinadas - no caso orações subordinadas substantivas (você ainda sabe o que é isso?)

a) É bom que você esteja aprendendo alemão.

Nesse caso é uma oração na função de sujeito. O que "é bom"? Que você esteja aprendendo alemão

b) Eu sei que você não gosta de estudar alemão.

Nesse caso é uma oração na função de objeto direto do verbo "saber". "Eu sei" o quê? Que você não gosta de estudar alemão.

Em ambos os casos acima, o "que" é uma conjunção integrante.

O conectivo alemão que equivale ao "que - conjunção integrante" é o DASS. Por ser uma oração subordinada, o verbo conjugado vai para o fim da oração.

É bom que você esteja aprendendo alemão.
Es ist gut, dass du Deutsch lernst. 

Eu sei que você não gosta de estudar alemão.
Ich weiß, dass du ungern Deutsch lernst. 

Nesse último caso, a conjunção "dass" também poderia ser omitida, mas sobre isso já foi falado em outro tópico (clique aqui)
Se você quer saber por que se usou uma vírgula antes de "dass", pode ler sobre o uso da vírgula aqui.

Pronome Relativo
O nome "relativo" vem da palavra "relação", ou seja, é um pronome que faz uma relação / está relacionado a outro elemento da oração.

Vejamos o exemplo:
Aqui está o homem que me ajudou ontem.

Reparem que o "que" desta oração faz referência ao substantivo "homem" anterior a ele. Isso ajuda a evitar a repetição do substantivo.

Aqui está o homem. O homem me ajudou ontem.
Aqui está o homem QUE me ajudou ontem.

Aqui está a mulher. A mulher me ajudou ontem.
Aqui está a mulher QUE me ajudou ontem.

Dá para entender o que é um pronome relativo? :-)

Pois bem. Traduzamos as duas frases para o alemão.

Hier ist der Mann. Der Mann hat mir geholfen. 
Hier ist die Frau. Die Frau hat mir geholfen.

Aqui começam os erros dos aprendizes de alemão de língua portuguesa. Conheço muita gente que usaria a conjunção "DASS" nesses casos também.

Hier ist der Mann, DASS mir geholfen hat.  (ERRADO)

Esse erro é bastante comum entre falantes de português. O motivo é simples: a conjunção "DASS" é uma das primeiras palavras que os estudantes aprendem. Tem-se a impressão de que sempre se usa "DASS" quando em português se diz "QUE". Mas não é bem assim (infelizmente).

Os pronomes relativos em alemão variam (INFELIZMENTE) em gênero, número e caso. A tabela dos pronomes relativos é praticamente igual à dos artigos definidos. As diferenças estão principalmente no caso genitivo e no dativo plural. Se você já souber os artigos definidos, saberá qual pronome usar.  Por exemplo: os artigos definidos no nominativo são:

masculino: der
feminino: die
neutro: das
plural: die

Pronto. Facílimo. Os pronomes relativos têm a mesma forma :-) Ou seja, o que em português é dito sempre com uma palavra "QUE", em alemão vai variar conforme o gênero e número do substantivo ao qual se refere e vai variar conforme o caso que o pronome exerce na oração.(Percebam que o verbo conjugado também vai para o fim da oração e as orações são separadas por vírgula)

Exemplos:
Hier ist der Mann. Der Mann hat mir geholfen. 
Hier ist der Mann, der mir geholfen hat.

Hier ist die Frau. Die Frau hat mir geholfen.
Hier ist die Frau, die mir geholfen hat. 

Digamos que a oração fosse: "Aqui está o homem que eu ajudei". Veja que em português o pronome é sempre "que".

Nesse caso, teríamos que pensar em como se diz "Eu ajudei o homem" para saber qual pronome relativo usar. Como o verbo helfen se usa com o caso dativo, a frase ficaria "Ich habe dem Mann geholfen"

Hier ist der Mann, dem ich geholfen habe. 

Tá, eu sei. É um saco isso. É uma só palavra em português (que) e mais uma vez você terá que saber se um substantivo é "der", "die" ou "das" para dizer uma mísera palavrinha que une as duas orações. Mas pense por outro lado. Se você tivesse que repetir o substantivo, também teria que saber o gênero, número e caso. Portanto, aceita que dói menos :-)

Por que os cursos ensinam as orações relativas tão tarde?
Não sei bem a partir de que semestre os alunos são apresentados às orações relativas, mas acredito que seja algo entre o fim do A2 e o B1. O problema é que para realmente dominar as orações relativas, o aluno precisa dominar também não só os gêneros das palavras, mas também os casos (nominativo, acusativo, dativo e genitivo). Isso faz com que esse conteúdo apareça bem mais tarde. 

Só que eu, particularmente, acho isso muito problemático por duas razões principais:
1) Quando os alunos aprendem orações relativas, a maioria já vai ter passado meses sempre usando "DASS". Há um grande perigo de esse erro se fossilizar (fossilização quer dizer repetir uma forma errada tantas vezes que fica difícil se acostumar com a forma correta mais tarde).
2) Orações relativas são uma ENORME ajuda para quem ainda fala pouco alemão. Apesar de parecer complicado no início, elas são úteis para descrever coisas quando lhe faltarem as palavras. Digamos que você não saiba como se diz a palavra "colher" em alemão. Bastaria descrever "É aquela coisa que a gente usa para tomar sopa, para levar a sopa a boca". Esse "que" é um pronome relativo. A meu ver, um aluno do A1-A2 já deveria ser capaz de descrever para que servem objetos com palavras simples para ajudá-los a suprir a falta de vocabulário. 

Existem outros tópicos sobre orações relativas no blog, mas aqui vocês já podem ver a tabela comparativa entre artigos definidos e pronomes relativos. Percebam que ela é quase igual, a não ser no genitivo e no dativo plural. 


Pensem bem antes de usar um "DASS" quando você quiser dizer "que". Pode ser que esse "que" seja na verdade um "der", ou um "die", ou um "den", ou um "das", ou um... :-)

Para ler os tópicos sobre orações relativas caso a caso, comece clicando aqui.
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